Mulher constrói casinhas para cachorros de rua com caixa de leite

Zé, Dante, Branquinha, Roger e Salvador não têm um lar, mas têm comida, água e um teto para se abrigar. Os nomes e todo o resto foram dados por Adriana Serra, moradora da Zona Leste de Teresina. Ela diz que sempre amou animais e não conseguia dormir tranquila sabendo que muitos bichinhos não tinham onde ficar nos dias de chuva.

“Sempre me preocupei, pensava em como eles iam ficar e me sentia mal de não fazer nada. Então comecei a seguir uma moça de Curitiba no Instagram que fazia essas casinhas na cidade dela e resolvi fazer aqui”, conta Adriana.

 

A iniciativa tem poucos meses, mas as casinhas já foram distribuídas em vários pontos da cidade. Algumas, foram roubadas, mas ela conta que não se importa em fazer novamente. Para conseguir fazer cada abrigo, são usadas cerca de 200 caixas de leite.

Ela diz que não pretende mudar o material usado porque, além de fazer a reciclagem de algo que iria para o lixo, qualquer pessoa pode juntar as caixas e fazer. “Elas são usadas como tijolinhos na casinha. Sempre faço campanha para arrecadar e recebo muita ajuda”, conta.

Os animais, no início, tinham medo de se aproximar, mas Adriana conseguiu conquistar a confiança dos bichinhos e agora já conhece muitos deles, que ganharam nomes. “Hoje são uns 11 cachorros que sempre vão lá. Às vezes eles somem quando há alguma cadela no cio por perto, mas depois voltam”.

Por volta de 17h30, diariamente, os animais vão ao cantinho onde ganham água e comida.  Em poucos minutos quase 10 cães vão até a casinha, parecem felizes ao ouvir a voz de Adriana. Um deles, que ganhou o nome de Rafael e foi o primeiro a chegar, espera ansioso junto ao carro enquanto Adriana retira as sacolas com água e comida.

Por mês, Adriana compra do próprio bolso cerca de 60 kg de ração para distribuir aos cães. Mas eles não vão apenas em busca de alimento.

“Eles querem amor, eu vejo que eles só foram abandonados, mas eles querem carinho. Hoje eu me sinto mais em paz por fazer algo, mesmo que pouco, para amenizar o abandono deles”, diz.