Pix Automático: veja mais sobre a nova funcionalidade para 2024
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Como o distanciamento emocional é um problema enorme, não é possível remediá-lo como um todo, o que podemos é elencar e verificar cada um dos 8 pontos de que falarei a seguir e buscar remediar cada um deles
Como anda a sua relação com seu filho? Você demonstra seu afeto, conversa com ele ou está sempre no “piloto automático”? No vídeo de hoje, o dr. Italo Marsili apresenta os 8 SINAIS DE DISTANCIAMENTO EMOCIONAL, na estréia de uma série imperdível sobre afetividade infantil e harmonia familiar.
O Dr. Italo Marsili, médico psiquiatra, fala sobre distanciamento emocional.
"Ao longo da minha prática clínica, eu tenho reparado numa coisa: as pessoas, em geral, quando chegam ao meu consultório com alguma queixa ou sofrimento, muito raramente conseguem dar nome a esse sofrimento, a essa queixa, ou conseguem contar todos os capítulos da história que levou a pessoa a me procurar. Para conseguirmos resolver muitos sofrimentos, muitas queixas de relacionamento (entre marido e mulher, entre namorados, entre pais e filhos) basta darmos um nome a eles. Precisamos dar nome ao que está acontecendo. Gostaria de falar com vocês hoje sobre os 8 pontos do distanciamento emocional.
Como o distanciamento emocional é um problema enorme, não é possível remediá-lo como um todo, o que podemos é elencar e verificar cada um dos 8 pontos de que falarei a seguir e buscar remediar cada um deles.
1 – Incapacidade de demonstrar afeto: o primeiro ponto do distanciamento emocional é quando você percebe que não consegue dizer ao seu filho o quanto o ama: não consegue dar carinho, dar atenção a seu filho. O que fazer nesse caso? Podemos elaborar alguns planos de ação para tratar esse ponto de modo mais concreto. Por exemplo? Passar mais tempo conversando com seu filho, levá-lo para passear ou, durante o jantar, olhar e dar atenção. Isso pode ser uma solução para esse ponto concretamente.
2 – Falta de atenção às emoções: neste outro ponto você percebe que não está tão atento às emoções de seus filhos. Muitas vezes nos relacionamos com as crianças simplesmente de modo funcional, sem olhar para dentro delas, para como elas estão se expressando. Não olhamos para as alegrias, tristezas, dificuldades e sofrimentos. Esse é outro ponto que pode mostrar que temos um distanciamento emocional com nossos filhos.
3 – Incapacidade de ir além das obrigações: o terceiro ponto é quando notamos que conseguimos fazer apenas o mínimo com nossos filhos e não mais do que isso. Um exemplo: Preparamos nossos filhos para sair de casa e apenas os vestimos de forma básica, colocamos os sapatos, sem perceber o que eles estão falando, sem reparar muito no rosto e nas expressões de nossos filhos. Estamos simplesmente “cumprindo tabela”. Quando você percebe que está fazendo somente o “mínimo” e não “algo a mais”, um bom remédio é se policiar. Em vez de vestir a criança de qualquer modo, escolha a roupa com calma, peça ajuda a ela, peça-lhe um palpite, capriche no jeito de vestir, no penteado… Assim começamos a recuperar a percepção de que não estamos fazendo apenas o mínimo, mas sim “um pouco a mais” do que o mínimo exigido.
4 – Incapacidade de envolvimento fora das rotinas: no quarto ponto notamos que somos incapazes de interagir fora das atividades da rotina. Uma coisa é fazer o mínimo, outra coisa é só se envolver em atividades de rotina: tomar banho, escovar os dentes, trocar de roupa, levar e buscar no colégio, isso é rotina. Isso é o mínimo da rotina, o mínimo de atividades que fazemos com as crianças. Se notarmos isso, vale a pena propor novas atividades para passar mais tempo com nossos filhos. Não adianta só pensar, é preciso escrever e anotar na agenda ou no celular: “O que mais eu posso fazer com meu filho?” Quando estou lavando louça, cozinhando, arrumando meu material de trabalho, posso convidar meu filho a se envolver naquela atividade em que ele não precisaria tomar parte. Isso é algo além da rotina e que traz uma saúde imensa para a família, pois nos relacionamos “como gente” com a criança. Não nos relacionamos mais com a criança como se ela fosse um objeto que devesse estar em um lugar, fazer certas coisas etc.
5 e 6 – Falta de envolvimento na educação/relacionamento: se você não lê a agenda que vem do colégio ou pouco se importa se a criança está aprendendo ou não os recursos lingüísticos, matemáticos, históricos, isso é um mau sinal. Preocupar-se com a educação de seus filhos é preocupar-se com o que eles têm de mais precioso: a linguagem, as habilidades infantis. Qual a dica aqui? Esteja atento a pequenas coisas. Por exemplo: dependendo da faixa etária de seu filho, escolha um livro para ler com ele durante o mês; pode ser um capítulo por noite. Ou então, esteja atento à agenda do colégio, lendo o que está escrito e escrevendo para a professora. Você também pode estar atento ao material didático e analisar se o conteúdo exposto é coerente com o conjunto de valores da família. Fazer tudo isso com atenção e estipulando metas a alcançar nos dá a sensação de envolvimento e de estarmos próximos a nossos filhos.
7 – Entrar em “piloto automático”: o sétimo ponto é se você percebe que está cuidando de seus filhos no “piloto automático”. Já não há novidades e apenas nos esforçamos para manter a rotina. Isso aqui é uma grande síntese dos pontos anteriores. Em qualquer relação humana, se ligamos o “piloto automático” para nos relacionarmos com as outras pessoas, é um mau sinal. Precisamos estar atentos a todas as nuanças, a todas as maravilhas e a estar com nosso coração aberto e dispostos a nos surpreender com as novidades do universo humano. Quanto entramos no “piloto automático”, amputamos todas essas possibilidades e não nos damos completamente nem recebemos completamente o outro. Sobretudo nesse caso, quando o outro é nosso filho e sempre queremos o melhor para ele.
8 – Incapacidade de ouvir os filhos: no oitavo e último ponto precisamos observar se realmente não somos mais capazes de ouvir o que nossos filhos têm a nos dizer. Se a criança está falando conosco, mas não prestamos nenhuma atenção, isso é um mau sinal. Isso pode indicar o distanciamento emocional. O que fazer? Siga essas dicas bastante práticas. Uma coisa importantíssima é olhar para a criança quando ela está falando. Em qualquer conversa humana é importante fazer isso, porém mais ainda com as crianças, pois elas têm uma dificuldade muito grande de conversar com quem não olha para elas. Se eu não olho para a criança, ela não imagina que estou falando com ela, mas com qualquer um. É preciso então um diálogo personalizado. É um ponto muito importante: olhar para a criança quando falamos com ela ou quando ela fala conosco. É importante também não falar com a criança à distância. Se a criança está em outro cômodo e nós, à distância, lhe damos uma ordem, transmitimos a mensagem de que aquilo não é algo importante. Além de a criança não se sentir valorizada, passa-se a impressão de que não valorizamos a conversa nem o que estamos dizendo.
São 8 pontos bastante concretos que nos permitem notar se há algum distanciamento emocional e entender melhor o que ele é. Sabendo disso, podemos pôr remédio caso algum desses pontos tenha entrado em nossa vida ou em nossa família."
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