Vereadores aprovam cinco projetos, entre eles Lei de incentivo à adoção de animais abandonados
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Quem acompanha os grupos voltados ao assunto nas redes sociais percebe que todos os dias são feitas várias postagens pedindo ajuda para socorrer um bichinho ou colocando vários animais à disposição para adoção
Dourados tem registrado um aumento no número de animais abandonados ou precisando de resgate. Quem acompanha os grupos voltados ao assunto nas redes sociais percebe que todos os dias são feitas várias postagens pedindo ajuda para socorrer um bichinho ou colocando vários animais à disposição para adoção. Nesse cenário, destaca-se o trabalho realizado por diversas ONGs da cidade, que tentam incessantemente amenizar os problemas.
Há 4 anos, Thais Kanieski percebeu a grande demanda de animais abandonados no município, decidiu então agir por conta própria e começou um trabalho voluntário. Com o tempo ganhou visibilidade e foi convidada para participar da ONG Refúgio dos Bichos. A entidade recolhe animais abandonados, ou em situação de rua, reabilita e encaminha para lares temporários ou permanentes.
“Comecei meu trabalho anonimamente, mas com o passar do tempo você começa a gostar tanto disso, o retorno é tão maravilhoso, que eu acabei aparecendo nas mídias e fui convidada para a ONG onde eu atuo hoje e amo o que eu faço, eu nasci para isso”, diz Thais.
Outra postagem comum nas redes sociais são de pessoas que pensam que as organizações não governamentais têm por obrigação atender a todos os pedidos de ajuda e recolher os animais. “Muitas pessoas pensam que a ONG tem a obrigação de resolver a situação dos bichinhos. Elas acham que temos a obrigação de recolher aquele animal que está ali na rua, que está abandonado, que está doente. Alguns perguntam: Para que serve a ONG? Poxa, serve para ajudar, mas nem sempre vamos conseguir atender todos os pedidos que temos, porque as ONGs da cidade recebem em média de 5 a 10 pedidos de ajuda por dia. A gente não consegue ajudar todos, então acabamos ajudando aquele que está mais necessitado, mais doente, que precisa mais”, explica a protetora.
Atualmente a Refúgio dos Bichos opera com 6 lares temporários cuidando de aproximadamente 35 animais entre cães e gatos. A dificuldade de encontrar pessoas que aceitem acolher os animais ou adota-los é um dos impedimentos para que mais bichos sejam ajudados.
“A população poderia ajudar muito oferecendo lar temporário. As vezes deixamos de ajudar porque não temos onde deixar esse animal. Ai a pessoa fala: - Você resgata e depois vamos atrás de um lar. Bom, não é bem assim que funciona, porque quando resgatamos um animal sem lar quem fica sem dormir somos nós. Depois os veterinários cobram: - Thais, tem que tirar daqui. Thais, você já arrumou algum lugar? Eu já cheguei a pagar 10 dias de internação de animais porque eu não tinha onde colocar. Então, eu, Thais, opto para resgatar um animal somente se ele tem lar, se não tiver lar não tenho como resgatar ele."
Outro ponto importante que poderia colaborar com o trabalho das protetoras é a mudança da lei municipal 3180 de 03 de dezembro de 2008 que se refere ao cuidados com animais. Do ponto de vista de Kanieski, a lei acaba favorecendo o tutor e não o bichinho. “Não sou advogada, sou meia leiga nisso, mas a nossa lei precisa ser mudada. Tem alguns artigos lá que não colaboram nem um pouco. Tem artigo que diz: Você só pode ser autuado se for reincidente. Como assim? Se não é feita a primeira notificação, você não foi autuado, como vai ser reincidente?! Então precisa ter um registro de um órgão responsável se você é reincidente ou não, para depois pagar pelo crime.”
Mesmo com as dificuldades, Thais não desanima. Encontra no amor pelos bichos a força para continuar lutando por aqueles que não podem se defender e garante que não trocaria esse trabalho por nenhum outro. “Esse serviço é totalmente voluntário, a gente se dedica de corpo e alma para esse trabalho. Os animais não têm voz, eles não tem ninguém por eles. Eu jamais trocaria o que eu faço por dinheiro algum. Não tem satisfação, alegria, amor maior do que ver a recuperação do animal quando a gente resgata ele. Às vezes cheio de sarna, todo quebrado, machucado e de repente, dali um mês ou dois, ele está recuperado e te olha com carinho, com amor. Não tem dinheiro que compre, eu sempre falo: Amo o que eu faço e nasci para isso!”, concluiu ela.
Saiba mais | Como doar?
Para colaborar com o trabalho da Refúgio dos Bichos com lar temporário ou doações, pode entrar em contato pelo telefone 67 99298-4141.
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