Tratamento pode fazer câncer de mama regredir 6 vezes mais rápido
Pesquisadores da USP descobriram um composto que pode ajudar na regressão do câncer de mama. O tratamento cons...
Ela é formada desde 1994, e neste ano completa 25 anos de profissão. Psicóloga clínica, Rosemeire tem especialização em metodologia didática do ensino superior e mestrado em ciência da saúde pela UNB (Universidade Nacional de Brasília)
Dados divulgados nesta semana pela OMS (Organização Mundial da Saúde) revelaram que o suicídio é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo todo, por isso, e também por estarmos no setembro amarelo, mês em que é realizada campanhas e ações de prevenção ao suicídio, a Revista DaGente convidou a psicóloga Rosemeire Pereira Souza Martins, formada na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), no campus Pantanal, para comentar sobre o tema.
Ela é formada desde 1994, e neste ano completa 25 anos de profissão. Psicóloga clínica, Rosemeire tem especialização em metodologia didática do ensino superior e mestrado em ciência da saúde pela UNB (Universidade Nacional de Brasília).
Segundo ela, mais do que falar sobre suicídio, é preciso promover a vida, se colocar à disposição para ouvir o outro e estar sempre atento a sinais que muitas vezes durante a correria do dia a dia, pode passar despercebido. Confira a entrevista na íntegra.
Revista DaGente – "Suicídio – devemos falar? Mas como falar?"
Rosemeire – "Devemos falar sobre suicídio. Na verdade, mais do que falar de suicídio, devemos falar de vida, de promoção da vida. Quando nós falamos da promoção da vida, nós prevenimos os comportamentos ou até a ação suicida. Então, é importante que nós falemos porque é uma realidade que está acometendo jovens, crianças, adultos, idosos, independente de raça, de credo, de profissão, de idade, e de condição social. Então nós precisamos falar do suicídio que também é a consequência da não promoção da vida".
RDG – "A pessoa deseja cometer suicídio? Ela dá sinais? Quais são? Como identificar? Como ajudar?"
Rosemeire – "A pessoa que pretende cometer suicídio, ela dá sinais, ela vai muitas vezes pelas redes sociais, as falas são sempre de finitude: eu não aguento mais viver, essa noite é a última, ou então, seria melhor para todos que eu morresse. Então, às vezes, ela pode estar num quadro depressivo intenso, como pode não. Às vezes ela está aparentemente alegre, feliz, mas ela começa a demonstrar um desgosto pelo viver. Na verdade, ela não quer cometer suicídio, ela quer arrancar de dentro dela um sofrimento psíquico muito intenso, uma dor pela própria existência, por situações com as quais ela não consegue lidar".
RDG – "O suicídio está presente entre adolescentes-jovens, adultos e ou idosos? "
Rosemeire – "Qualquer pessoa. Desde crianças, adultos, adolescentes, idosos. Evidentemente que os adolescentes estão numa faixa onde nós observamos mais porque ele está naquele processo de formação da sua identidade: quem sou eu? Ele precisa pertencer, e às vezes, eles se juntam a grupos que não são favoráveis, que às vezes, lançam desafios e acaba entrando em situações bastantes difíceis de revogar. Mas crianças podem cometer suicídio, nós temos adultos, profissionais, psicólogos, padres, pastores, médicos, enfermeiras, professores. É um cuidado que nós precisamos ter com o ser humano".
RDG – "Existem causas? Quais?"
Rosemeire – "Quantos às causas elas são variadas, então elas podem ser por conta de crises de pânico, por distúrbio de ajustamento, por alcoolismo, por abuso de drogas ele pode perder o senso da realidade, da consciência, ele pode, por exemplo, ter um devaneio, alucinação, saltar de um prédio, a esquizofrenia a gente também tem casos muito sérios de doenças mentais mais graves além da depressão, que o indivíduo busca o suicídio, mas normalmente o suicida quando não tem esses casos graves de doenças mentais, ele busca no sentido de arrancar esta dor e muitas vezes acaba chegando, infelizmente, ao suicídio".
RDG – "Por que falar nesse tema ainda é considerado um tabu?"
Rosemeire – "A gente pode até considerar que seja um tabu. As pessoas têm muito medo de tocar nisso, a morte né. Aliás, falar sobre a morte é uma coisa que nós não temos o controle. Nós buscamos muitas vezes pela fé, suportar este momento de perda, que é a passagem dessa vida para a vida eterna de acordo com o que cada um crê. Mas a expectativa de vida. Então falar sobre esse assunto, é interessante porque no período da semana santa, nós temos um suicídio clássico que foi o de Judas, então é o momento oportuno a gente tocar nisso, o perdão. Existem outras possibilidades e não necessariamente chegar a eliminar a própria vida, então é preciso começar a falar a respeito, desmistificar o fator morte e promover muito mais a vida".
RDG – "Existe tratamento contra pensamentos suicidas? Quais são?"
Rosemeire – "Quanto ao tratamento, é possível. A pessoa precisa desejar. Eu preciso de ajuda. É preciso que ele admita que precisa de ajuda. Quando ela diz que não dá, que não tem jeito, que não resolve, e nós temos que dizer que sim, tem jeito, que sempre há uma saída, há uma escolha. Enfrentar as adversidades da vida é criar mecanismos para enfrentar algumas coisas que não são nossas. Às vezes não assumimos a reponsabilidade, porque há a tentativa de querer culpar o outro por nossa infelicidade. Então pode se haver um tratamento psicológico, psiquiátrico, que muitas vezes é necessário o acompanhamento com médico, a conversa. Hoje tem o CVV (Centro de Atendimento à Vida) através do 188.
É possível. Uma psicoterapia. Precisa ser uma coisa constante, é preciso um acompanhamento, então o que ocorre hoje é uma dificuldade maior porque as pessoas querem respostas logo, são muito imediatistas. A situação que ele vive não aconteceu do dia para a noite, foi um acumulo de situações, de sofrimentos, de perdas, de ressentimentos, então o tratamento é um processo porque você precisa se convencer de que é preciso ficar bem, de que há saída, e um dia de cada vez, viver um dia de cada vez, vamos ver como é que nós vamos caminhar agora, teve uma melhora, teve uma crise, buscar ajuda, não ficar sozinho, e não ficar se autocondenado por ter tentado uma ou duas vezes".
RDG – "É possível traçar o perfil de uma pessoa com tendência suicida?"
Rosemeire – "Dizer que existe um perfil eu diria que seja até arriscado a gente dizer isso porque tem pessoas que a gente menos espera e comete, às vezes você está numa festa e a pessoa está muito feliz, no dia a dia ela é muito tranquila e de repente, por um momento que ela não suportou determinado pensamento ou situação, amargura, ela tirou a própria vida. Mas é importante que a gente fique observando mudanças muito bruscas de comportamento, muito agressivo, retraído, trancado no quarto, observar o que está se vendo na internet, a exposição excessiva. Nós temos pessoas vitimadas de bullying, vítimas de agressão, que nunca ouviram uma palavra de alento, de afeto, então elas não se sentem necessárias. Por isso que é importante que a gente fique atento até ao uso excessivo de tecnologia, às vezes é um silêncio que começa a acontecer nas relações presenciais que a tecnologia não vai preencher, precisa do afeto e há pessoas que também elas se fecham, elas não permitem que se entrem ali".
RDG – "O diálogo é importante neste processo?"
Rosemeire – "É necessário que ela também se abra ao diálogo, que pelo menos fale para que ele também se ouça porque às vezes nem ele se ouve e não é eu falo e você escuta. No diálogo eu falo e você já está pensando naquilo que vai me responder, e eu falo você escuta e nós vamos conversar sobre isso, eu quero ouvir o seu ponto de vista porque o outro, às vezes, também se vitimiza e ele precisa perceber que está em um novo momento da vida dele e que ele é capaz de enfrentar aquele tempo. Acontece que a gente quer muito ser super-herói da equipe da Marvel. Eu sou super-homem, nunca acontece nada. Acho fantástico o Homem Aranha, acho que no segundo filme dele, na versão anterior quando ele tinha estresse. Nós temos estresses, nós temos tristezas, alegrias, mas a gente precisa valorizar esse outro momento, o tratamento é pautado muito nisso: existe solução".
RDG – "A expressão 'cão que late não morde' pode ser considerada?"
Rosemeire – "Quanto à frase 'cão que late não morde', ela não é verdadeira. A gente diz assim a grosso modo e até de maneira leviana 'que se a pessoa quisesse mesmo fazer, ela faria'. Então, numa dessas vai acontecer. Quando a gente observar frases como estou cansado de viver, essa noite vai ser a última, se eu falar ninguém vai me entender, eu preciso dar uma atenção. Hoje por exemplo, você encontra posts que eles usam a figurinha da Pepa Pig convidando para o velório, que vai ser no salão o dia inteiro, e a fantasia é após ao meu suicídio, por exemplo, e isso vai fazendo vida, é uma imagem que vai fazendo vida e vai montando uma importância na cabeça da criança e na cabeça de qualquer um que esteja mais suscetível. Então é importante que a gente fique atento principalmente depois que a pessoa teve uma crise, que tentou de fato o suicídio, às vezes tem pessoas que tem pensamentos suicidas. E há também quem pense, 'ah, ele está bem', e então começa a descuidar. Precisa acompanhar, às vezes é necessário acompanhamento médico, até internação, a medicação estar muito próxima, conversar. Em alguns casos, infelizmente não somos onipotentes, nós vamos ser impotentes. Ele vai tentar outras maneiras. Mas é importante que a gente observe no sentido de auxiliar e de promover de fato a vida quando vai se lidar com um indivíduo que tem propensão ao suicídio. Você percebe que quando ele é depressivo, ele não tem energia, o organismo dele não reage e não necessariamente aquele que é assim, só ele é depressivo, existem outros tipos. Observar o que posta, porque vai fazendo vida na vida da pessoa e um dia ela acaba achando aquilo interessante como foi a Mon, como foi a Baleia Azul, qualquer outra coisa que é postado e que começa a fazer sentido aquilo em relação ao resto que não está fazendo. É importante que eu tenha esse olhar, um olhar de promoção da vida, de carinho, de afeto, de amor e de acolhimento principalmente".
RDG – "Como ajudar?"
Rosemeire – "As pessoas que estão sofrendo, querem alguém para ouvi-las, só ouvir. Às vezes, ela quer falar, falar, falar, então deixa ela falar. Alguém para confiar que após escutar não vai 'jogar' nas redes sociais e contar para as outras pessoas, alguém que se importe de fato com ela. Então fica essas dicas, principalmente para quem está no sofrimento. Peça socorro, fale. Hoje nós temos o 188 que tem pessoas 24 horas que atende inclusive a celulares, procure um profissional, se você tem mais afinidade com um líder religioso, procure um sacerdote, um pastor, enfim, alguém da sua comunidade, da sua religião para partilhar, para conversar, para avaliar também como você resolve os seus problemas do dia a dia. Então é importante que a pessoa se dê uma chance, porque é isso que no fundo ela quer. Mas sempre há uma possibilidade. Eu gosto de apresentar uma figurinha que o Olaf, um boneco de gelo e ele gosta de abraços quentinhos. Então que bom se a gente pudesse ter mais tempo para os nossos filhos, se os filhos também pudessem olhar para os pais, os amigos serem mais fiéis. A gente precisa buscar uma sociedade mais assim, onde as pessoas sejam mais humanitárias, sejam afetivas umas com as outras, sensíveis umas com as outras e quem está em sofrimento, entender que existe limitação de quem está por perto, mas sempre falar e procurar, e procurar abraços quentinhos".
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