Dourados inicia 2018 se destacando na geração de empregos, atesta Funtrab
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As pessoas que estão nesse caminho da reclamação deveriam ter em mente o seguinte: para progredir na carreira, é preciso buscar a solução mais dentro de você do que fora
Os jovens nascidos nas décadas de 80 e 90 são conhecidos como geração Y ou millennials. Alguns, no entanto, são um pouco mais polêmicos ao defini-los. Lúcia Costa, diretora executiva da Stato, consultoria de RH, refere-se a eles como geração mimimi. Para ela, o mimimi se justifica principalmente pelas constantes reclamações, falta de protagonismo e de responsabilidade desses jovens.
Nesta entrevista, ela explica porque acredita que essa geração, de jovens entre 23 e 30 anos, não está preparada para os desafios do mercado de trabalho e faz um alerta: “a reclamação em excesso gera falta de compromisso e até uma baixa no resultado. Ocupa espaço do pensamento construtivo, da solução. É preciso entender que a motivação vem de dentro de cada um e não é necessariamente o mundo que vai trazê-la”.
Foto: Divulgação
Lúcia Costa, Diretora Executiva da STATO, define os jovens entre 23 e 30 anos como a geração MIMIMI
Você classifica a geração Y e dos millennials como geração mimimi. O que teria levado os jovens desse grupo a ter esse tipo de comportamento?
Primeiro, acho importante destacar que não é todo mundo dessa geração que é assim. Talvez essa geração, ou parte dela, tenha vindo para o mercado com um nível de exigência muito alto. Talvez porque depois de seus pais terem enfrentado muita dificuldade, essa geração conseguiu mais facilmente muitas coisas. Ela tem várias oportunidades, pode escolher fazer o que quer e ter uma vida mais equilibrada. É uma geração que tinha muitas possibilidades até se deparar com sua primeira crise.
Como você acha que essa geração deveria agir neste momento?
As pessoas que estão nesse caminho da reclamação deveriam ter em mente o seguinte: para progredir na carreira, é preciso buscar a solução mais dentro de você do que fora. Ter mais flexibilidade, aceitar o mundo como ele é, ter resiliência e protagonismo, assumir aquilo que é sua responsabilidade. Você deve deixar de culpar a empresa, o chefe, o outro, o cenário ou a falta de tempo e recursos. É hora de o profissional se apropriar de sua capacidade para poder realizar alguma coisa. Estamos vivendo um momento difícil no mercado de trabalho. As empresas estão operando com menos recursos. Todo mundo provavelmente está sobrecarregado. Quem se dedicar mais e se sobressair nesse cenário vai se der melhor e crescer. O mercado está pedindo mais por menos e tenho certeza que se os jovens deixarem de focar naquilo que eles não têm em recursos, mas sim usar suas energias para trazer soluções, inovar e ajudar as empresas e os colegas a passarem por essa crise, eles serão protagonistas dessa história.
Atualmente, existe a percepção de que eles não estão ajudando?
Existe, sim, nas empresas e nos RHs a percepção de que a geração mimimi não está ajudando. São jovens que têm potencial, boa formação, têm tudo para dar certo, para ajudar a empresa, a área, mas em vez disso ficam focados no que não têm, no que não está dando certo.
O que as empresas esperam desses jovens?
A mudança de pensamento e atitude já é um grande começo, mas também esperam a mesma coisa que esperam das gerações anteriores: um pensamento fora da caixa, cooperação, entender o momento pelo qual todo mundo está passando e ajudar a empresa a passar por esse momento. É preciso arregaçar as mangas. As companhias querem a energia e a inovação que o jovem bem formado normalmente traz, mas que venha com o pé no chão e não com reclamações sem resolver o problema.
Então falta essa geração arregaçar a manga?
Exatamente isso. Ninguém quer ser executor, mas sim aquele que lidera, toma a decisão. Mas para fazer isso você precisa da experiência da execução. Não dá para pular etapas. Principalmente quando está faltando quem faça.
Mas também não está faltando diálogo entre as outras gerações e esses jovens?
Talvez a geração anterior tenha preparado essa para um momento mais sofisticado de trabalho, que é o que vinha acontecendo dos últimos 10 anos para cá. Mas, com a crise, algumas atividades mais elaboradas do mercado voltaram para o básico. As empresas precisam de quem faça e resolva, trazendo ideias novas, mas as executando também. Houve uma perda de sintonia entre o que estava para acontecer e o que de fato chegou a acontecer, gerando um certo retrocesso.
Como os jovens podem ajudar as companhias?
Eles precisam pegar o que trazem de novo e adicionar uma atitude mais positiva. Não só criticar. A crítica é boa quando se constrói algo a partir dela. A geração mimimi talvez esteja criticando demais sem propor novas soluções. A crítica pela crítica em um momento árido de mercado não vai resolver o problema. O profissional tem que se sentir dono da sua própria história. Se não há recursos, ele que tem que achá-los ou fazer acontecer sem.
Mas às vezes a própria empresa não incentiva uma atitude diferente ...
Sim, muitas empresas ainda operam em um modelo mais burocrático e não dão abertura aos jovens para eles exporem as suas ideias. Há reuniões muito engessadas e processos muito rígidos. Algumas companhias precisam se adaptar e ouvir mais. Porém, existem empresas que são geridas por profissionais mais sênior, mas que têm uma cultura mais aberta. Os jovens devem olhar para essas oportunidades.
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