Bebê nasceu com dobro de peso de um recém-nascido e 9 cm a mais
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Mulher realizou o sonho de ser mãe com quadrigêmeos! Mas perdeu o pai praticamente ao mesmo tempo em que os bebês nasceram. Confira o depoimento dela
A administradora Luciane Carvalho, 37 anos, se tornou a "mamãe trevo". Teve a sorte (e o desafio) de se tornar mãe de quadrigêmeos na corajosa aventura de se embrenhar pela maternidade solo. Como se não bastasse tanta emoção, sua gestação se desenrolou junto ao último fio de vida de seu pai, diagnosticado com uma doença agressiva. Nascimento e morte. Presenças e ausência. Esperança e dor. Foi sobre tudo isso que ela falou em seu depoimento.
Vida e morte
Enquanto eu estava grávida, meu pai passou por um transplante e parecia que ia ficar bem, que tinha dado tudo certo. Ficamos aliviados.
Segui a gestação, fazendo uma porção de exames e a ideia era entrar em repouso a partir de agosto. Mas no dia 19 de junho, fui fazer uma consulta de rotina e a obstetra viu que eu estava com 1 centímetro de dilatação. Fiquei internada desde então, em repouso absoluto durante quase três meses. Não levantava para nada, nem para fazer minhas necessidades. Também precisei passar por uma cerclagem, uma espécie de costura no colo do útero para evitar a dilatação. No final, a médica liberou um banho na cadeira de rodas ou dar alguns passinhos, mas nada além disso.
Quando estava de 32 semanas, os bebês pararam de ganhar tanto peso quanto estavam ganhando, o que nos fez repensar a espera pelas 34 semanas para fazer a cesárea, como costuma ser o protocolo. Acompanhamos durante mais uns dias e marcamos o parto para 33 semanas. Não queríamos correria, porque não sabíamos em que condições os bebês nasceriam. Felizmente deu tudo certo.
No mesmo dia em que as crianças nasceram, o médico confirmou que a doença do meu pai tinha voltado. E com força total. Quando os bebês estavam com dois dias de vida, meu pai foi vê-los na UTI. Era quinta-feira. No dia seguinte, ele acordou acabado, foi tomar uma medicação e precisou ser internado. Não saiu mais do hospital.
Mas foi incrível como tudo parece ter sido cronometrado. Na semana seguinte, eu tive alta na quinta-feira. Na sexta, fui me despedir dele no hospital e, no sábado, ele faleceu.Lidei com vida e morte ao mesmo tempo. Tudo é muito lindo e muito triste na mesma medida. Mas graças à espiritualidade, eu e minha família tivemos força e serenidade para passar por isso.
Recomeço
Nesse momento, os quatro estão na UTI. Precisam atingir a meta de peso e aprender a mamar antes de poderem vir para casa. Fico com eles das 8h30, saio às 18h30, e tenho que administrar a reforma da minha casa, que precisou ganhar um quarto extra para receber os bebês. Estou cuidando de tudo ao mesmo tempo.
Os bebês ajudam muito a me manter ocupada e passar pelo luto. Quando eu paro, e me lembro do meu pai, realmente fico emocionada porque tinha muita vontade de tê-lo comigo nesse momento. Mas fico feliz porque se não tivesse tomado essa decisão de ser mãe, ele não teria participado de nada, não teria visto os netos. Para mim é muito mais que sorte, é amor!"
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